Criancas e adolescentes acometidos pelo Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e Transtorno de Conduta (TC) normalmente tidos como sujeitos geniosos, de comportamento dificil,
ruins, gaiatos ou perversos, as crianças e adolescentes com TOD e TC apresentam uma
alteração do comportamento que as leva a dificuldades em lidar com figuras de autoridade e
frustrações no caso do TOD e com regras sociais e leis no caso do TC. Os estudos atuais
mostram que estas são condições que dependem um pouco de genética e fatores ambientais,
mas são principalmente determinadas por um aprendizado ruim de como lidar com frustrações
e reforços do ambiente para manter este comportamento.
É também necessário esclarecimento de prováveis comorbidades, visto que é bastante
comum o aparecimento do quadro em transtornos de humor, transtornos ansiosos ou
transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Estes outros transtornos podem dificultar a
capacidade de auto-controle e/ou levar a alterações da percepção de situações de frustração.
Sempre que presentes eles devem ser tratados em conjunto com o TOD ou TC.
A presença do TOD e TC levam a criança e adolescente para uma pior qualidade de
vida, com problemas na vida familiar e na escola. É comum a presença de suspensões,
expulsão da escola, baixo círculo de amizades e agressões, bem como risco aumentado de
isolamento social, falência escolar, gravidez na adolescência, abuso de drogas e prisão.
Os melhores tratamentos para TOD e TC são por psicoterapia e psicoeducação, de
modo a garantir que o paciente tenha acesso a melhora de suas habilidades em lidar com
frustração, tendo um repertório maior de ações ante situações de estresse; bem como aumento
de sua capacidade de empatia e percepção social. Sua família também deve ser ajudada, bem
como sua escola, pois muitos comportamentos usados para tentar barrar este transtorno na
verdade colaboram para sua manutenção e aumentam a intensidade dos comportamentos pelo
paciente. O tratamento medicamentoso pode ser usado para melhorar a capacidade de
auto-controle e habilidade social, mas não é sempre necessário. A melhora tende a ser
gradual, com necessidade de seguimento a longo prazo, mas com resultados de melhora
importante de qualidade de vida para o paciente e seu círculo social.