Atualmente nós entendemos que o que chamamos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) não é composto de uma só doença e condição, mas de algumas dúzias delas que partilham características em comum de dificuldades de interação social. Desta maneira, falar sobre TEA é se referir a quadros de apresentação diferente, unidos pelas dificuldades que se fazem presentes em maior ou menor grau nas diversas apresentações do transtorno.
A dificuldade de interação social não se dá por timidez ou perda de vontade de interagir, mas sim de uma dificuldade em reconhecer, nos outros, emoções e conseguir antecipar seus comportamentos, atividades que uma pessoa sem esta condição faz de modo instintivo. É, muitas vezes, difícil para alguém com autismo imitar outra pessoa, ou entender o que ela quer comunicar, pois estas habilidades estão muito prejudicadas. Além disso, muitas podem ter dificuldade de sustentar contato visual ou não conseguir dar mais atenção ao padrão de som da fala humana, algo que prejudica ainda mais sua capacidade de lidar com as outras pessoas.
O atraso de fala é um dos sinais mais comuns, e é sempre recomendado que crianças que não consigam falar após um ano e seis meses, pelo menos palavras isoladas ou que tenham a fala regredida em algum ponto do seu desenvolvimento, passem por avaliação com profissional para diagnóstico diferencial. A noção errada de que cada criança aprende em seu tempo pode atrasar o diagnóstico e acesso ao tratamento. Também é comum a presença de apego a rotina, seja na forma de comportamentos repetitivos como gestos ou palavras ditas sem contexto, ou na forma de intensa angústia quando a rotina é quebrada.
A origem da doença é predominantemente genética, com pequenos fatores ambientais como infecções ou complicações no nascimento apresentando alguma influência. Embora fosse uma crença no passado de que os pais poderiam causar o autismo dos filhos, isso já foi provado errado. Crianças e adultos com TEA tendem a ter inteligência normal, com alguns quadros de deficiência intelectual e outros de altíssima inteligência.
O tratamento é sempre feito com psicoestimulação, buscando ajudar que a pessoa acometida pelo quadro desenvolva habilidades que compensem as dificuldades que o transtorno causa, melhorando sua qualidade de vida e independência. Algumas pessoas podem se beneficiar de uso de medicações para redução de sintomas.