A população idosa no Brasil vem aumentando significativamente e é estimado que em 2025 a pessoas acima de 65 anos chegue a 32 milhões de pessoas no país. Junto deste aumento a atenção e cuidados de profissionais da saúde para este segmento também aumentou, tendo em vista um dos principais transtornos mentais; a depressão.
Primeiramente é importante esclarecer que não podemos pensar de maneira automática que com a idade avancanda exista decadência da saúde e sanidade, ou seja, que envelhecer seja sinônimo de adoecer. O processo de envelhecimento depende da herança genética, de seus fatores ambientais, sociais, psíquicos e rotina do indivíduo exposto ao longo de sua vida.
A depressão é caracterizada pelo indivíduo tomado pela falta de interesse, desânimo e apatia em executar suas atividades cotidianas acompanhada de uma tristeza profunda e duradoura. Ela pode atingir qualquer faixa etária e gênero. Porém a depressão no idoso, além dos sintomas descritos acima, toma forma em um contexto de lutos contínuos e/ou abandono, perda da atividade produtiva (emprego ou lazer), doenças clínicas gerais (diabetes, câncer, doenças cardíacas, doenças vasculares) e significante perda na qualidade de vida associada ao isolamento social. Estes são fatores importantes que predispõe o idoso ao desenvolvimento de um transtorno depressivo. Cabe enfatizar que nos pacientes idosos deprimidos não tratados corretamente o risco de suicídio é duas vezes maior do que nos idosos que não apresentam este transtorno.
Com prevalência elevada nas doenças clínicas gerais na população idosa, a depressão não tem sido adequadamente diagnosticada e tratada, pois muitas vezes os sintomas depressivos são confundidos com a própria doença clínica, efeito colateral do remédio prescrito ou como uma consequência “normal” do envelhecimento, dificultando o reconhecimento e tratamento da depressão no idoso.
Preconceitos em relação a velhice e as doenças mentais dificultam o acesso dos pacientes a um tratamento adequado, portanto, quando alguém apresenta desânimo e tristeza por algumas semanas é preciso levá-lo a um psiquiatra, para uma avaliação especializada e assim determinar o tratamento correto deste transtorno para o indivíduo acometido. Muitas pessoas ainda ficam constrangidas de procurar o médico psiquiatra, diante da ideia de terem uma doença mental e serem taxados como loucos, internados em instituições, isso é uma prática cada vez mais rara e antiga do tratamento psiquiátrico. Por causa desses preconceitos, estima-se que cerca de metade dos pacientes idosos deprimidos fiquem sem diagnóstico e tratamento adequados. Acarretando a riscos e piora do quadro geral da vida do indivíduo.